2005-01-13

soneto inflamado

Imagem de Alex Grey O calor... É o calor que me levita Sobre o poço dum álgido passado. Na sede de calor – mais que infinita –, Mergulho no teu corpo transpirado. O calor... Só o calor é que me agita, Que me devolve a mim desidratado. E suporto o calor como quem grita Palavras que não secam: saciado. Bendito este calor, este sufoco! Louvada seja a febre mais medonha Que me consuma até me deixar louco! Não tem cura este fogo, meu amor... Todo o meu corpo arde de vergonha Por te querer assim tão sem pudor. 18 de Outubro de 2004 do Fernando Gomes dos Santos, nosso cidadão do mundo.

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