soneto inflamado
Imagem de Alex Grey
O calor... É o calor que me levita
Sobre o poço dum álgido passado.
Na sede de calor – mais que infinita –,
Mergulho no teu corpo transpirado.
O calor... Só o calor é que me agita,
Que me devolve a mim desidratado.
E suporto o calor como quem grita
Palavras que não secam: saciado.
Bendito este calor, este sufoco!
Louvada seja a febre mais medonha
Que me consuma até me deixar louco!
Não tem cura este fogo, meu amor...
Todo o meu corpo arde de vergonha
Por te querer assim tão sem pudor.
18 de Outubro de 2004
do Fernando Gomes dos Santos, nosso cidadão do mundo.
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