ser mulher
Gosto de ser mulher.
Gosto de vestidos, de tecidos às florzinhas, de sapatinhos à boneca e de saias rodadas.
Não gosto de ser discriminada.
Gosto de ser muito íntimas das minhas amigas e de ir em grupo feminino para a casa de banho.
Não gosto de ser apelidada de sexo fraco.
Gosto de estar grávida, de aconchegar o meu filho ao meu peito e de ser ternurenta.
Não gosto de ganhar menos que um homem.
Gosto de cabelos compridos, de caracóis, de ganchos e de acessórios brilhantes e coloridos.
Não gosto que me tratem como uma miudeca ignorante.
Gosto de brincar às bonecas, de colorir desenhos, de moldar com plasticina e brincar às Barbies.
Não gosto que me dêem ordens.
Gosto de ser forte e frágil, criativa e inquieta, optimista e melancólica, de rir e logo chorar.
Não gosto de ser apelidada de sensível com sentido pejorativo.
Gosto de ser sonhadora e romântica, de tecer histórias com os fios da imaginação.
Não gosto de burocracias.
Gosto de ter ataques de riso, de ser infantil, de ficar séria e ser responsável.
Não gosto que sejam sempre homens a ocupar lugares de chefia.
Gosto de bordar, falar francês e ser boa cozinheira.
Não gosto de ser um bom partido para dona de casa.
Gosto de permanecer calada e observar o mundo que me rodeia.
Não gosto que chamem a literatura feminina de cor-de-rosa.
Gosto de aprender todos os dias, de ouvir e sentir.
Não gosto que me escondam coisas porque posso ficar perturbada.
Gosto de plantar sementinhas de afecto no coração de todos.
Não gosto de ter o poder de vida ou de morte dos grandes ditadores deste mundo.
Gosto de ser mulher e mesmo não mijando de pé, não fugindo às dores de parto, tendo de me depilar e aguentar o período e enxaquecas, de ser discriminada a todos os níveis...
Não gostaria de ser homem por nada deste mundo!
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