2005-11-17

Silêncio I

O silêncio paira. Televisão apagada. Leitor de cds em stand-by. Telefone mudo. A solidão bateu à porta. Abri-lhe a porta. Não quis entrar, mas ficou na soleira da porta. À janela, alguns pensamentos esborracharam o rosto no vidro e contemplam o indigo do oceano. Do outro lado do vidro, espreitam perfumes acalorados, desejosos de silêncios frescos.
O silêncio pendurou-se no candeeiro para olhar de cima, as letras que saltam do teclado para o écran. Curioso, esse silêncio. Talvez fascinado com a dança das letras que se combinam e separam para serem ideias minhas e pensamentos teus. O silêncio nada pode contra a comunicação que se estabelece neste mundo virtual. Silêncio, reduzido a espectador.
A porta fechou-se. A solidão partiu. Sabe que não se pode instalar numa casa onde mora um coração recheado de amorizade. O silêncio já não está no candeeiro. Partiu com a solidão de mãos dadas. Foram procurar corações vazios. Não precisam de ir muito longe. No portátil, uma playlist para durar horas entre melancolias e batidas de Verão, sem lágrimas...
(03.08.2005)

2 comentários:

Blogger wind disse...

Bonito:)

11/17/2005 05:03:00 da tarde  
Blogger jacky disse...

obrigada :)

11/19/2005 10:22:00 da manhã  

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