a conta bancária amorosa
Poder-se-ia comparar uma relação amorosa a uma conta bancária.
Às vezes, investimos em alguém e o saldo é positivo. Chega mesmo a dar juros.
Outras vezes, depositamos tudo numa pessoa e o saldo é negativo. Poupamos para ver render e o que colhemos são apenas dívidas, que o outro nos deixou no coração, por pagar.
A maioria das vezes, a conta flutua. Certos dias, os movimentos são positivos, outros dias negativos. Temos que pedir empréstimo para salvar em conjunto o que vai mal ou então simplesmente ficar no banho-maria da poupança.
Quando chegam os dias de crise, as contas ficam congeladas e assim ficam também as relações, mas nem todas. Alguns casais não desistem à primeira dívida e unem esforços para ultrapassar a crise.
Nos dias de hoje, em que as pessoas parecem esponjas absorventes afecto, adere-se ao sobreconsumo e investe-se naquilo que se poderá pagar só daqui a uns meses, aposta-se nos gastos imediatos sem pensar nos juros dos empréstimos que ficarão para o futuro.
Nas relações amorosas, não deveria haver cartões de crédito nem de débito. Talvez um simples mealheiro bastasse, um mealheiro onde todos os dias pudéssemos juntar pequenos tostões de afectos que, mais tarde, pudessem tornar-se um totoloto do amor...
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