A espera
Mais um desafio da Hipatia com um desenho da Gaivina, com o mote seguinte:
Sem ti, meu astrolábio de desdita, minha caravela de esperança, mais perdida fico, mais perdida estou.
Já não há silêncio. Preenches todo o tempo e todo o espaço. És presença constante em mim. És um vírus que se apoderou da minha mente. Não sei curar-me de ti. Não há antídoto ainda para esta doença. Estou à tua espera e o tempo prolonga-se dentro do próprio tempo. Já devias cá estar. Por onde andarás? Que estarás a fazer? Com quem estarás? Será que já não me queres?...
E assim se desfazia ela em dúvidas, sempre insegura, sempre com medo de o perder, quando ele não estava.
Do outro lado da cidade, ele estava preso numa sala recuada de um shopping qualquer com uns seguranças. Será que não acreditavam na sua inocência? Não tinha roubado nada na Fnac. Por que motivo os alarmes tinham tocado e o tinham enfiado naquela sala?
Já estava atrasado para o encontro com ela. O primeiro encontro deles em privado. Tinha o telemóvel sem bateria e não podia avisá-la. Tinha vindo comprar flores para lhe oferecer e mais uma ou duas coisitas necessárias.
Entrara na fnac com a ideia de levar um DVD, uma comédia qualquer daquelas românticas para criar um certo clima. Talvez o amor acontece que até ficava bem nesta quadra natalícia. Não chegara sequer perto da prateleira. E agora...? Agora estava ali preso. Tanto planeara as coisas que deitara tudo a perder.
Os seguranças pediram-lhe para esvaziar os bolsos. Ele assim fez. E fez-se luz. O que fizera disparar o alarme era a caixa de preservativos. Pediram sinceras desculpas, mas era necessário e bláblá. Já podia ir.
Saiu disparado do shopping. Rapidamente seguiu caminho até casa dela. Finalmente à sua porta, bateu. Ela veio abrir. E ele, então, disse:
- Peço desculpa, mas o meu telemóvel está sem bateria e fiquei preso... no trânsito.
5 comentários:
As "outras coisas necessárias" às vezes arranjam-nos cada problema... ;-)
Obrigada, Jacky. Já lá estás. E vai estar também a verdadeira história dos desenhos :)
Bem urdida esta história. O que fazem os preservativos.lololol
Já lá fui espreitar, Hipatia! :)
Wind, tinha que ser algo... estranho ;)
Obrigada Carlota :)
Adorei!Está mesmo louca a tua história!Bjs :-)
Tenho 37, nokas. De idade mental, talvez uns 6 anitos?!!!
Hehehehe lembras-te quando ficámos presas na Fnac por causa do cd autografado do Nuno Guerreiro? ;)
Obrigada Clitie :)*
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