Silêncio IV
Silêncio...
Há silêncios que criam abismos.
Nascem de palavras que não foram ditas e que não podiam ficar a entoar em questões e desentendimentos. As palavras ficam encarceradas. Outras tomam o seu lugar: palavras de dúvida e desconfiança. Chegam sorrateiras. Atiram-se de cabeça nos precipícios da suspeita e da descrença. Instalam-se na mente em surdina.
Silêncio...
Há silêncios que criam abismos.
O silêncio fica a pairar entre nós, confuso, incerto, duvidoso. O abismo começa a crescer na ausência de uma ponte. Há pontes que nascem de palavras de diálogo e compreensão. Há palavras que andam e se aproximam, que se reencontram a meio da ponte; palavras que unem o que o silêncio afastou.
Silêncio...
Há silêncio que criam abismos.
Se ao menos pudesse ver nos teus olhos as palavras que ficaram por dizer... Talvez num dia em que o acaso crie um cruzar de olhos num reencontro inesperado...
jacky (05.12.2005)
6 comentários:
Como te entendo. Mas nas outras relações também por vezes impera o silêncio. Hoje estou nesses dias.
Oh Jacky... que coisa tão feia isso de andares a espreitar dentro da minha cabeça ;)*
Amo o silêncio.
Esses silêncios não têm nada a ver com O silêncio. Estes de que falas são como térmites, roem tudo até ficar apenas um grande vazio.
Tão bonito. Vim por recomendação!!!
Beijinhos
A
Também gosto do silêncio, quando está recheado de amorizade, não quando me separa de quem gosto...
Obrigada wind, atlantys, thiago, katraponga, clitie e concha pelas vossas palavras, que impediram o silêncio :)****
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