2005-01-29

À beira-rio

Imagem de Burt Miller Um rio acordou a madrugada que no meu peito andava há muito presa, e num caudal de assombro e de braveza arrebatou-me a alma enlameada. Um rio transbordou a barricada que me tornava forte na fraqueza, desorientou as leis da Natureza e eu deixei de ser água parada. Agrilhoei-me à força dessas águas que souberam lavar-me antigas mágoas e acalentar-me enfim o corpo frio... Mas é nessa corrente que me solto. Sou, desde que te bebo, mar revolto, e tu, que me sacias, o meu rio. 26 de Outubro de 2004 Em primeira mão, para este blogue, um soneto do Fernando Gomes dos Santos. Obrigada!

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