2006-04-04

Palavras d'amor

Antigamente, escreviam-se cartas d'amor quando os amantes estavam longe e a distância os fazia sofrer. Pôr no papel os pensamentos e os sentimentos amorosos dava-lhes a sensação de se aproximarem e de encurtarem assim a distância. Era como vencer a própria solidão, colocando em palavras todo o anseio e toda a vontade de rever, cheirar, sentir, provar o/a amante ou, pelo menos, de imaginar que algum dia isso fosse possível!
Hoje, já não se revelam emoções no papel, tudo fica em formato digital. Os amantes ficam à janela do messenger, à espera do amor. Trocam-se curtos sms. Acabaram as longas cartas perfumadas com pétalas de flores. Trocam-se letras tecladas e não manuscritas. Estamos na era do email simultâneo. Já não há a angústia e a ansiedade da espera da carta que chegava com o carteiro. Tudo se passa no imediato e talvez seja por isso, que a perseverança e a paciência nas relações humanas estejam em vias de extinção...

15 comentários:

Blogger wind disse...

Concordo contigo. Mas mesmo antes de haver tantos computadores e telemóveis, havia o telefone, o que encurtava a distância e, também, cada vez mais automóveis:)

4/04/2006 06:42:00 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Não creio que esteja a acabar algo de importante... se as cartas de amor & as declarações romanticas fizessem que a pessoas se apaixona.sem elas n acabavam!...na realidade a mulher NÂO gosta de homens ROMÂNTICOS isso é um MITO, porque estes perdem sempre para os Pragmaticos realistas viris & cafagestes lol, o amor é para os parvos... e isto só acaba porque a mulher assim o quer...axas que os homens n fariam tudo para ter uma acesso ao jardim proibido??? voces é que escolhem e escolheram acabar com o romantismo ...seja feita a vossa vontade lol, ccardozzo@iol.pt

4/04/2006 06:51:00 da tarde  
Blogger Maria Arvore disse...

O hábito que se gerou de ser tudo tão rápido, faz com que 7 segundos de espera sejam uma eternidade.

Mas pior é a sensação que tudo é descartável... até, infelizmente, as pessoas.

4/04/2006 08:58:00 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Extinção da perseverança e paciência explicada pelo msn e sms... é demasiado Freakconomics...

Há uma contradição mal explorada nas expectativas dos amores perfeitos e eternos e portanto perserverantes e pacientes: a percepção que daqui a 10 ou 15 anos nós já não seremos quem somos nem o actual amado será quem é... talvez exista uma remota possibilidade de evolução paralela, mas nesse caso o outro tornar-se-á demasido previsível...

P.S. - talvez isto seja uma visão péssimista fumentada na minha experiência de relacionamento de 11 anos...

4/04/2006 09:00:00 da tarde  
Blogger Hindy disse...

Estamos na era do "fast love" e dos "fast feelings" e o ser humano está a perder muito com isso. Cada vez menos se dá valor aos sentimentos, às pessoas, aos momentos...tudo se passa a correr!
Daqui a alguns anos até se vai achar foleiro dizer "amo-te". É pena que assim seja!

4/04/2006 09:14:00 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

O grande problema da actualidade com os telemoveis o emais é que existe uma overdose de informação e isso acaba o mistério, a ansiedade da espera (ansiedade - nat king cole lol), ninguém aguenta estar todo o dia a mandar mensagens ao ser amamo no fim do dia estamos fartos e queremos o divorcio ehehheh, as companhias telefonias bem fazem reclames a dizer que agora podem falar mais e aumentar o amor mas é precisamente o contrario, quanto mais presente mais FARTA e enjoa, cc

4/04/2006 09:16:00 da tarde  
Blogger AcesHigh disse...

«o Homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de se ir reciclando, para se adaptar ao mundo que criou...»

O romantismo acabou.
Estamos apenas a trocar o Amor de Necessidade pelo Amor de Desejo.
...apesar de reconhecer que ainda existe algumas pessoas romanticas a querer um Amor de Necessidade...
Apenas acho demasiado cor-de-rosa para a realidade que vemos todos os dias.
Realidade essa onde a Individualidade impera...
...e não quer dizer que seja uma coisa má. É apenas a evolução do Homem...


um beijo* jacky

4/05/2006 05:01:00 da manhã  
Blogger Pedro disse...

creio que a maior diferença era que dantes não temiamos 15 dias até ter resposta e hoje em dia 24 horas de espera ser insurtecedor.
De resto, e como aqui tao audivelmente se anuncia dia-a-dia, o poder está nas palavras e essas valem tanto numa carta quanto no e-mail.
Pergunto-me é quantas pessoas usaram esta ferramenta para esse fim...

4/05/2006 09:29:00 da manhã  
Blogger Atlantys disse...

Desculpem mas não concordo nada com a linha geral de pensamento do post/respostas... Creio que com ligeiras e necessárias adaptações aos nossos dias as coisas do coração funcionam hoje exactamente do mesmo modo que funcionavam no antigamente e não há sms, mail ou afim que tire aquele friozinho na barriga.

Ou então não, mudou tudo realmente e eu adormeci no século passado :-P

4/05/2006 09:31:00 da manhã  
Blogger ponto azul disse...

Só de pensar na sensação de alegria que se tinha ao receber uma carta "daquela pessoa"...receber um postal dum amigo que foi de férias...mas ainda existem pessoas que o fazem!Bjs :-)

4/05/2006 11:27:00 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Sabemos que cada vez mais "dependemos" da net e das suas "associaçoes" no entanto continuo a pensar que o romantismo existe e que pode ser expresso de varias formas: via net para chegar mais rápido ou via formal e bela para seguir directo ao coraçao.
É tao bom percorrer livrarias, papelarias, escolher um bonito postal, algo que seja o ideal para o momento, uma frase num livro e depois envia-la nesse mesmo postal (claro está pelo correio). Tudo se torna mais forte e o brilho nos olhos esse entao é indiscritivel.
Para mim tudo o que seja surpresa de alguem de quem gosto é muito agradavel. Mas nao deixo de ser uma saudosista do passado.
Bjs

4/05/2006 12:23:00 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Simmmm o friozinho mantém.se, a questão também passa pela fantasia que a gente faz da outra pessoa, quanto mais tu souberes da outra pessoa mais probabilidade essas qualidades n estejam naquelas que tu projectates e mais decepções podes ter, o mistério, o recolhimento, o pudor, a inacessibilidade, a raridade, tudo isto aumenta o valor, hoje tudo é banal e acessível logo hoje tudo tem menos valor, a mente humana é assim nada a fazer lol, inclusível eu posso ser má pessoa se me fizer difícil as mulheres vão suplicar + por mim (uma má pessoa) enquanto outros gajos mais fixes mas mais disponíveis perdem eheheheheheh cc

4/05/2006 12:24:00 da tarde  
Blogger Insueto disse...

Estamos na era minimalista: só se utiliza o essencial. Para quê longas cartas de amor se um "amo-te" sincero diz tudo? Para quê cartas de amor se os enamorados de hoje estão juntos todos os dias e podem contar as suas histórias ao mesmo tempo que se olham nos olhos? Eu ainda as escrevo, e volta meia volta lá encontro um bilhetinho do meu namorado! Sabe bem, se sabe... A tecnologia dos dias de hoje roubou essa idealogia romântica. Mas ao menos podemos ouvir a voz dez vezes por dia!!!! ;)

4/05/2006 04:28:00 da tarde  
Blogger jacky disse...

Não queria que me interpretassem mal. Não sou contra as novas tecnologias, pelo contrário! Adoro computadores, internet e maquinas fotográficas. Não gosto muito de falar ao telefone, mas sou adepta do sms. Simplesmente estou a ver as coisas a evoluirem demasiado depressa e acho que se estão a perder certos hábitos encantadores de antigamente, entre outros, as tais cartas de amor em papel perfumado, que se calhar os jovens de hoje acham chunga! Eu sou de outra geração e ainda gosto dessas coisas...

wind, claro que o telefone e os automóveis vieram encurtar as distâncias e ainda bem! :)

cc, concordo e não concordo contigo em vários pontos, mas para não me alongar muito aqui no comentário prometo fazer brevemente um post sobre as mulheres não gostarem de homens românticos. Combinado?

maria-árvore, é o descartável que me assusta...

constanzo, ainda bem que as pessoas evoluem. Não precisam de evoluir em paralelo, precisam é de se amarem e de serem compreensivas. Ninguém é de ninguém e nada está garantido, e é disso que as pessoas se esquecem a maioria das vezes!

hindy, espero que não, nem que a expressão «amo-te» se gaste nem que caia em desuso!

4/05/2006 07:17:00 da tarde  
Blogger J. Alberto de Oliveira disse...

Com o rosto e as mãos
sobre a infância,

a mullher respira
o que ama.

Ela amadurece o pão,
o leite e as rosas

quando toca nas palavras.


J. Alberto de Oliveira

4/11/2006 11:09:00 da tarde  

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