2005-03-16

O filho da minha vizinha

A propósito dum post da Cat: O filho da minha vizinha, em geral, porta-se mal. Se formos ao shopping, anda lá nas corridas e ninguém o segura. Ri-se demais por qualquer coisinha. Mexe em tudo e deita coisas ao chão e depois pede desculpa. Se estivermos cá fora, faz palhaçadas para que olhem para ele. Desenha pilas nos carros poeirentos e ri-se se alguém disser: - Olha o que ele fez. Quando se ralha com ele, entristece e pede desculpa. Quem manda bitaites, diz que é demasiado mimado e que devia era levar uns castigos ou uns tabefes. O filho da minha vizinha é muito magrinho. Anda sempre a correr, a mexer-se ou a manipular coisas. Para comer tudo, é preciso quase dar-lhe a comida à boca. Quem manda bitaites, diz que a minha vizinha podia alimentá-lo melhor, coitadinho que até se lhe vêem os ossos. O filho da minha vizinha comporta-se como se tivesse idade mental de 4 anos, faz as coisas e só depois é que percebe que não as devia ter feito. Não é capaz de antecipar as consequências das suas acções. Quem manda bitaites, diz que só tem manha e que precisava era dumas boas sapatadas. O filho da minha vizinha tem um pai ausente por isso é sempre a mãe que toma conta dele. Por isso, a mãe perde a paciência muitas vezes devido ao cansaço e à sobrecarga. Quem manda bitaites, diz que ela só grita ao filho e que podia ser mais paciente. O filho da minha vizinha tem 11 anos e só agora vai fazer a 4ª classe. É hiperactivo com défice de atenção. Só se consegue concentrar na escola se tomar medicação própria. A medicação tira-lhe o apetite e não come. É incapaz de visualizar o futuro e de antecipar consequências. Toda a gente manda bitaites mas ninguém quer ficar com ele. Só eu é que sei o que é um hiperactivo é que fico com ele às 3ªs e 6ªs à noite para a mãe poder ter um tempo para ela e ir à piscina. É fácil mandar bitaites porque sempre foi mais fácil JULGAR do que COMPREENDER, IGNORAR do que APOIAR! Para a próxima, quando virem um menino assim, lembrem-se que pode ter um problema não de educação mas real...

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