2005-12-20

carta a um amigo com muitos medos

. . Amigo, A tua vida pacata sofreu uma mudança repentina e ficaste assustado. É normal, sabes, o amor nem sempre chega de mansinho, nem sempre floresce de uma grande amizade. Às vezes, chega em forma de furacão e arrebata tudo pelo caminho. Deixa-nos maravilhados com a sua beleza assustadora e também ficamos perdidos porque já não reconhecemos a nossa paisagem emocional.
As dúvidas assaltam-nos: será que vai dar certo? Será que estamos ao mesmo nível? Será que as personalidades combinam? Os medos também chegam sorrateiros e dizem: será que caminhamos para o sofrimento? Será que vai durar mais que uns dias ou meses? Será que nos quer realmente e não nos vai abandonar e trair daqui a nada?
Ao mesmo tempo, ficamos como que obsessivamente a pensar no outro. Onde estará agora? Será que estará a pensar em nós? Quem são esses outros que andam à sua volta? Serão ameaça a um desabrochar desta paixão nascente? Os pensamentos caem como flocos de neve e formam bolas que rebolam pelas falésias da mente, formando avalanches que nos submergem.
Queremos o outro mais que tudo e não queremos. Precisamos do outro para sermos felizes e precisamos de estarmos sós para pensar... incansavelmente no outro. Ficamos dependentes a este sentimento e desejamos a liberdade perdida. Sentimo-nos divididos em dois e não conseguimos escolher. Somos marionetes inúteis, manipuladas pela paixão.
Bem sei como te sentes, assim perdido entre escolhas, dúvidas, medos e sonhos. Sei que precisas de ultrapassar certas mágoas passadas e de te projectares no futuro. Mas, não percas demasiado tempo a viver em tempos longínquos passados e futuros. Aprende a apreciar os pequenos prazeres da vida, as oportunidades felizes que surgem, as coincidências que só acontecem uma vez na vida, os presentes do presente.
Não procures mais sinais. Os sinais estão dentro de ti. Basta estares atento. Não fiques parado assim. Sente o momento. Dá uma oportunidade a ti mesmo. Deixa o amor revelar-se. Se for verdadeiro, não morrerá. Se não for, pelo menos, não te poderás arrepender de não ter tentado.
Amore captus, carpe diem, carpe noctem...
jacky
(20.12.2005)

5 comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Temos de fazer frente ao medo, por muito que nos custe. Como diria Lobo Antunes, o medo é o espectáculo mais degradante do mundo e a qualidade primeira do homem deve ser a coragem.

Saudações

12/20/2005 07:39:00 da tarde  
Blogger lobices disse...

...um beijinho de Feliz Natal

12/20/2005 08:14:00 da tarde  
Blogger wind disse...

Acho que esse teu amigo tem de confiar principalmente nele, ser mais seguro, senão porá sempre em causa o que sentem por ele.

12/20/2005 08:40:00 da tarde  
Blogger digoeu disse...

venho retribuir a palavra amiga que lá deixaste!
;)foste querida!
quanto ao medo, quem não tem uma ou outra vez?
o medo não tem nada de amigo, não protege, só assusta; não avisa, só inventa para amedrontar.Onde não há nada, inventa sombras.No silêncio, cria ruídos...
o medo dói e embaraça a visão com um filtro feio, mas não podemos deixá-lo mandar muito tempo!!
;)pelo menos, seguido!!
;)

12/20/2005 11:38:00 da tarde  
Blogger ponto azul disse...

Espero que o amigo reconheça a pessoa especial que tu és...Bjs :-)

12/22/2005 11:22:00 da manhã  

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