12 sentires de amor...
Amor é...
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
Referência
Quantas vezes te digo
quantas vezes...
que és para mim
o meu homem amado?
O que chega primeiro
e só parte por vezes
antes de eu perceber
que já tinhas voltado
Quantas vezes te digo
quantas vezes...
que és para mim
o meu homem amado?
Aquele que me beija
e me possui
me torna e me deixa
ficando a meu lado
Quantas vezes te digo
quantas vezes...
que és para mim
o meu homem amado?
Que sempre me enlouquece
e só aí percebo
como estava perdida
sem te ter encontrado
Maria Teresa Horta
Soneto da Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
Poema do Amor
Este é o poema do amor.
O poema que o poeta propositadamente escreveu
só para falar de amor,
de amor,
de amor,
de amor,
para repetir muitas vezes amor,
amor,
amor,
amor.
Para que um dia, quando o Cérebro Electrónico
contar as palavras que o poeta escreveu,
tantos que,
tantos se,
tantos lhe,
tantos tu,
tantos ela,
tantos eu,
conclua que a palavra que o poeta mais vezes escreveu
foi amor,
amor,
amor.
Este é o poema do amor.
António Gedeão
Jacky
Que pode...
Que pode uma criatura senão,
entre outras criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Carlos Drummond de Andrade
Olha, Marília...
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem que soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre flores?
Vês como ali beijando-se os Amores
Incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
As vagas borboletas de mil cores!
Naquele arbusto o rouxinol suspira;
Ora nas folhas a abelhinha pára,
Ora nos ares sussurrando gira:
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.
Bocage
É urgente o amor
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
7 comentários:
Há poemas de amor lindos, só que não passam de poemas. A realidade é diferente.
Acho que pelo menos podem ter sido sinceros a escrevê-lo mesmo se nem sempre duram os sentimentos...
19.05.2005
no dia em k fiz 19 anos =D
bjO*
Belos poemas de amor! E viva o amor, e aquelas pessoas que sabem dar valor ao amor! Feliz dia de S. Valentim. Beijo.
Amor... amor... Inebriante e arrebatador.
Pois foi André. Gostei de te rever por aqui. Quando voltas a escrever no teu blogue? :)
Teu olhar, poemas de amor todos os dias do ano!
Xuk, fizeste um verso! ;)
amor:um grave desturbio mental!!!
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