2005-09-17

sementes e frutos

Alan Sonfist Nos afectos, só se colhe aquilo que se semeia. Às vezes, certas pessoas apanham amizades e amores pelos caminhos, sem nunca os ter alimentado e os ter acarinhado. Essas plantas, por vezes, crescem assim selvagens, carentes de atenção, e dão-se a quem não merece. Hoje em dia, parece que entramos num ciclo de sadomasoquismo colectivo. Não comemos o fruto que fizemos crescer porque cobiçamos a árvore do vizinho. Os outros invejam as nossas plantas às quais não ligamos quase nada. Andamos assim numa roda gigante de encontros e desencontros, certezas e dúvidas, desejos e desprezos. Se queremos mesmo eternizar sentimentos grandiosos como os do amor, da amizade, da ternura e do enamoramento, temos que tratar as suas sementinhas com muita atenção, o máximo da disponibilidade efectiva e afectiva. Não deixem morrer as plantinhas à fome, à sede, ao silêncio e à indiferença. Nos afectos só se colhe o que se semeia e se acarinha ao longo do tempo...

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